Tudo o que você precisa saber sobre o Transtorno do Espectro Autista
O autismo atinge uma em cada 160 crianças, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esta condição, chamada de Transtorno do Espectro Autista, é caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito e movimentos repetitivos). Porém, é importante destacar que não se trata de uma doença, mas sim de um transtorno de desenvolvimento, e estratégias e tratamentos ajudam a melhorar a qualidade de vida de uma pessoa com autismo. Veja, a seguir, como a terapia ocupacional pode ser eficiente.
- 1 O que é o autismo?
- 2 Tipos de autismo
- 3 Graus do autismo
- 4 O que é a terapia ocupacional?
- 5 Benefícios da terapia ocupacional para autismo
- 6 Núcleo de Terapias Integradas
O que é o autismo?
O Transtorno do Espectro do Autista é uma condição causada por fatores genéticos que afeta ações comportamentais relacionadas ao desenvolvimento e acomete, em algumas crianças, o Sistema Nervoso Central (SNC). Afeta o modo como uma pessoa percebe o mundo e se socializa, causando problemas de interação social e de comunicação.
Os sinais e sintomas do autismo costumam surgir antes dos três anos de idade e o diagnóstico pode ser feito já a partir dos 18 meses. A condição tem diferentes graus, mas com algumas características em comum. Confira, a seguir, alguns sinais e sintomas de autismo:
Dificuldade para manter contato visual por mais de dois segundos;
Não atender quando chamado pelo nome;
Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
Ter obsessão por rotina a ponto de entrar em crise quando algo inesperado surge;
Não brincar de forma convencional;
Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
Repetir frases ou palavras em momentos inadequados e fora de contexto;
Não prestar atenção aos interesses de outras pessoas;
Interesse restrito ou hiperfoco (quando a pessoa fica obcecada por um assunto em específico e só fala sobre esse interesse);
Não imitar e não brincar de faz de conta;
Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial (entrar em crise quando há barulho ou luzes, que geralmente não incomoda outras pessoas).
Tïpos de autismo
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) classificava os tipos de autismo em transtorno autista, síndrome de Asperger, transtorno invasivo do desenvolvimento não especificado e transtorno desintegrativo da infância. Embora esses termos não sejam mais utilizados desde 2013 – que hoje são definidos dentro do TEA (Transtorno do Espectro Autista) –, alguns médicos ainda podem utilizar essas classificações no diagnóstico. Entenda o que cada um significa:
Autismo clássico: era utilizado para definir o grau em que há problemas severos na comunicação, na qual pode haver a ausência completa da fala e de gestos para se comunicar – como apontar para um objeto ou dar tchau com as mãos. Esses pacientes também apresentavam deficiência intelectual e comportamentos introspectivos – a falta de contato visual e gestos repetitivos –, como balançar o corpo e bater palmas – são algumas das características.
Síndrome de Asperger: hoje essa categoria seria o grau mais leve de autismo, pois não há muitos problemas cognitivos ou de comunicação – na verdade, muitas das pessoas dentro desse “tipo de autismo” têm a inteligência acima da média. As principais características da síndrome de Asperger são a dificuldade de interação social e obsessão por algum interesse. Outra característica é não saber interpretar simbologias, como expressão corporal, ou entender quando alguém está sendo irônico ou sarcástico.
Síndrome de Rett: embora essa síndrome não seja considerada dentro do espectro autista, os pacientes apresentam dificuldades parecidas. Porém, ao contrário do autismo, é causado por uma mutação genética e pode ocasionar deterioração motora e problemas na postura.
Transtorno invasivo do desenvolvimento não especificado: também chamado de “autismo atípico”, causa inflexibilidade para aceitar mudanças, dificuldade na interação social, problemas na linguagem e comportamentos repetitivos.
Transtorno Desintegrativo da Infância: era usado em referência a crianças que tinham um desenvolvimento comum até determinada idade (o mais comum era entre os 2 ou 4 anos, mas podendo evoluir até os 10 anos) e depois perdiam regressivamente as habilidades aprendidas. Era considerado também como “autismo regressivo”.
Graus do autismo
Hoje, todos esses “tipos” estão dentro do mesmo espectro, mas o autismo é dividido em três graus, que variam do leve ao grave, para que o tratamento seja compatível às necessidades de cada pessoa. Entenda:
Leve: quando a pessoa leva uma vida aparentemente “normal”, mas tem algumas características comunicacionais típicas do autismo – como dificuldade para olhar nos olhos quando está falando ou ouvindo alguém falar, além de não entender expressões e sarcasmo.
Moderado: caracterizado por déficit na comunicação verbal e não verbal, que necessitam de mais cuidado.
Severo: quem tem este grau pode ter tendências ao isolamento social por conta da dificuldade de interação e falta de flexibilidade no comportamento. A capacidade cognitiva também é prejudicada e o paciente precisa de um tratamento mais intenso.
O que é a terapia ocupacional?
A terapia ocupacional é um recurso terapêutico que visa intervir no cotidiano dos pacientes de maneira que as capacidades motoras, cognitivas e sensoriais sejam estimuladas. O objetivo é desenvolver ou retomar a autonomia e independência do paciente para que ele possa desempenhar tarefas que permitam uma participação ativa no dia a dia.
Para isso, os terapeutas ocupacionais trabalham para promover, manter e desenvolver as habilidades necessárias no paciente. Não existe um único programa de terapia ocupacional. A melhor estratégia deve ser personalizada de acordo com cada paciente e incluir diversas atividades criativas e adaptadas.
Benefícios da terapia ocupacional para autismo
Estima-se que 60% a 70% das crianças com autismo têm dificuldades para processar informações sensoriais, o que sobrecarrega o sistema nervoso, segundo a organização Autism Spectrum Australia. Ao avaliar e intervir nos distúrbios do processamento sensorial da criança, o terapeuta ocupacional ajuda a remover as barreiras da aprendizagem e traz benefícios para que a criança com autismo se torne mais tranquila e consiga se concentrar melhor.
O terapeuta ocupacional leva em conta as habilidades físicas, sociais, emocionais, sensoriais e cognitivas do paciente com autismo para desenvolver as habilidades. Veja alguns benefícios que a terapia ocupacional pode proporcionar para o autista:
Aumento da capacidade de atenção e concentração;
Melhora da coordenação motora;
Melhora do desempenho escolar;
Melhora do desempenho em ambientes domésticos;
Mais independência;
Mais interação social;
Redução da ansiedade.
Para que a terapia ocupacional ao autismo seja mais eficaz, é importante que a família forneça ao terapeuta todas as informações possíveis sobre o paciente. Apesar de não haver cura para o autismo, é possível que o autista e a família tenham uma melhor qualidade de vida.
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